24 de Novembro - 5 min de leitura
Veja como este novo meio de ensino proposto pela BNCC vai influenciar na qualidade da aprendizagem.
Fora do contexto escolar, não é raro ouvirmos falar sobre as competências e habilidades que os jovens devem dominar para conquistarem o seu lugar no mercado de trabalho. A partir da implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), esta passa a ser também uma realidade em sala de aula.
O tema, no entanto, gera muitas dúvidas entre os professores. A principal questão é sobre como fazer essa adaptação que, ao mesmo tempo, garante que os conhecimentos básicos previstos na BNCC sejam passados, mas também prepara os alunos para o futuro.
Afinal, como professores que tiveram formação anterior à BNCC podem passar de uma abordagem conteudista, com a qual estão familiarizados, para uma que evidencie as competências e habilidades dos alunos?
Antes de mais nada, é preciso entender o que são competências e habilidades.
Uma competência, de forma bastante resumida, diz respeito à capacidade que temos de fazer algo. Quando temos habilidade ou aptidão para resolver determinado assunto, quer dizer que somos capazes de fazê-lo. Já uma habilidade se refere ao “saber fazer”, propriamente dito.
Em outras palavras, podemos dizer que a habilidade é a aplicação prática de uma competência.
Quando as competências e habilidades são trazidas para a sala de aula, o estudante passa a ter mais consciência sobre as suas decisões e consegue inserir valores importantes para sua vida pessoal e profissional no contexto escolar. O intuito da BNCC é justamente o de desenvolver nos estudantes habilidades práticas e emocionais para que eles se tornem indivíduos responsáveis e que contribuam positivamente para a sociedade.
As 10 competências propostas pela BNCC que podem ajudar a guiar o trabalho em sala de aula são:
O objetivo aqui é trazer o aluno para o centro e torná-lo protagonista do seu próprio processo de aprendizagem. A mediação dos educadores continua sendo fundamental para conduzir o processo e permitir que os alunos desenvolvam ao máximo suas competências e habilidades.
Esse novo meio de ensino acaba tendo reflexos positivos em toda a comunidade escolar. Gestores e coordenadores, além de adequarem as instituições às diretrizes da BNCC, também veem o desempenho dos estudantes melhorar. Os professores também têm a possibilidade de trabalhar com alunos mais engajados e dinamizar o ensino em sala, indo além de abordagens que, muitas vezes, acabam não funcionando.
A proposta é que o aluno aprenda através de competências e habilidades e siga sua jornada acadêmica e profissional com uma educação mais completa e atualizada de acordo com o seu tempo e suas vivências. Dessa forma, ele iria além do simples domínio de conteúdos que nem sempre são trabalhados de forma transdisciplinar.
Leia também: Como fazer um plano de aula transdisciplinar
Para professores acostumados a uma abordagem essencialmente conteudista, mudar o foco para competências pode soar como um grande desafio. Uma das principais preocupações acaba sendo a “perda” que essa transação pode gerar, mas na prática o resultado pode ser exatamente o oposto.
Como a proposta da abordagem por competências é fazer com que o aluno “aprenda a aprender”, a sua aplicação só tem a beneficiar os conteúdos que uma disciplina trabalha. A diferença é que o foco não será apenas na transmissão do conteúdo, mas também no desenvolvimento das habilidades do aluno. Para isso, é preciso criar situações junto aos conteúdos que promovam isso.
O ensino de conteúdos não deixará de existir com essa nova abordagem, mas se tornará mais eficaz. Quando trabalham competências e habilidades, os alunos aprendem a tomar melhores decisões e a estabelecer objetivos e metas mais claros. Para quem se prepara durante todo o Ensino Médio para o ENEM e vestibulares, ter essa consciência e protagonismo maior no seu próprio aprendizado pode fazer toda a diferença.
Vamos pensar na lógica de um jogo: primeiro o aluno aprende as regras (competência) e depois as coloca em prática (habilidade). É essa a ideia que precisa ser levada para todas as disciplinas.
Como várias competências trabalham questões relacionadas ao conhecimento de si mesmo e dos outros, as atividades em grupo são uma excelente opção para colocar esse novo meio de ensino da BNCC em prática. Além de estimular a empatia e a cooperação, a troca com seus pares também vai despertar no aluno questões ligadas à responsabilidade e cidadania, comunicação, argumentação e pensamento crítico.
A tecnologia também deve estar presente sempre que possível no processo de implementação dessa abordagem. O uso de plataformas que digitalizam o ensino é um bom caminho para isso. Com a Studos, por exemplo, tanto alunos quanto professores conseguem ter uma visão mais completa sobre os conteúdos de maior domínio e dificuldade, facilitando a mentoria direcionada do educador. Com isso, é possível tornar a experiência de ensino do aluno mais assertiva e suas trocas com os colegas mais ricas.
Por fim, para saber como trabalhar as habilidades e competências de forma que faça sentido para o contexto da sua instituição e para os valores que já são trabalhados em sala de aula, é fundamental conhecer de perto as diretrizes da BNCC. Além disso, para apoiar a organização nas discussões sobre BNCC em escolas, o MEC desenvolveu um roteiro para atividades que você pode acessar aqui.
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