19 de Novembro - 4 min de leitura
A avaliação diagnóstica ajuda o educador a entender a causa das dificuldades dos estudantes em relação aos conteúdos.
O início de cada ciclo escolar é o momento ideal para o planejamento. Neste ponto são feitas as análises do que foi feito nos ciclos anteriores, quais melhorias precisam ser implementadas e quais ações devem ser descartadas. Só assim os educadores conseguem manter o padrão de ensino da instituição.
Identificar as dificuldades dos alunos, no entanto, pode ser um desafio. Ao mesmo tempo em que é preciso analisar por que a turma inteira tem dificuldades em uma matéria, também é preciso entender as particularidades de cada aluno.
A realização de uma avaliação diagnóstica é um recurso importante para que os docentes consigam elaborar um planejamento pedagógico adequado. Confira neste artigo no que consiste o método, a importância de aplicá-lo e como ele pode ajudar a delinear os processos de ensino da sua instituição.
Quando sentimos que algo está errado com nossa saúde, procuramos por um médico em busca de um diagnóstico. Depois da consulta e dos exames, esperamos a indicação de um tratamento adequado. A avaliação diagnóstica de aprendizagem segue a mesma lógica.
Através dessa avaliação, o docente consegue analisar quais são as causas das dificuldades enfrentadas pelos alunos, assim como suas habilidades e competências. A partir daí, é possível alinhar o plano de ensino, melhorar o entendimento dos conteúdos que necessitam de mais atenção e aumentar a produtividade dos alunos.
A avaliação diagnóstica tem um foco diferente das avaliações que apenas classificam os alunos através de notas. O objetivo dela não é apenas hierarquizar os alunos de 0 a 10, mas sim verificar se eles aprenderam o que foi ensinado em sala de aula.
Perceber uma dificuldade do estudante e não trabalhar em cima do motivo é como ouvir um diagnóstico de um médico mas não receber um tratamento para solucionar o problema.
A avaliação diagnóstica não tem o objetivo de punir o aluno por não compreender um conteúdo, mas sim de entender onde seus problemas de aprendizagem começam. A partir daí, é possível fazer intervenções pedagógicas mais focadas e, consequentemente, mais eficazes.
A partir da avaliação diagnóstica, é possível determinar pontos de atenção que uma escala hierárquica baseada em pontuações não permite. Identificá-los com antecedência ajuda as instituições e os docentes a se planejarem melhor para implantar melhorias nos métodos de ensino de forma contínua.
Quando a origem das dificuldades de cada aluno não é investigada ou interpretada, o resultado é um acúmulo de falhas em sua formação que serão cada vez mais evidentes conforme ele avança em sua trajetória escolar. Para oferecer um ensino de qualidade, é fundamental focar na real aprendizagem e não somente na transmissão de conhecimentos.
Ainda a avaliação diagnóstica seja normalmente realizada no início do ano letivo, ela não precisa se restringir a esse período. Como o objetivo é analisar o processo de aprendizagem, é interessante que ela seja feita no início, no meio e no fim do ano.
No início do ano é possível ter uma ideia das dificuldades que os alunos trazem do ano anterior. Assim o professor não inicia suas atividades “no escuro” e já pode investir em ajustes pedagógicos desde o início. No meio do ano já é possível analisar se a metodologia aplicada e as atividades propostas estão surtindo efeito. Já no fim do ano, a avaliação diagnóstica permite avaliar os resultados de todo o ano.
Existem várias formas de realizar uma avaliação diagnóstica e para cada nível escolar haverá uma mais adequada. Estes são alguns instrumentos que os docentes podem utilizar para a avaliação:
Produção de textos
A escrita é uma forma de retomar inúmeros conhecimentos adquiridos ao longo da trajetória escolar. Ao mesmo tempo em que é possível avaliar regras gramaticais e níveis de escrita, também é uma ferramenta para analisar a capacidade argumentativa do aluno.
Leitura e interpretação de textos
A leitura está diretamente ligada à capacidade de interpretação, além de ampliar o repertório e o vocabulário dos alunos, o que é fundamental para a produção de textos. Um aluno que é estimulado a ler em sala de aula tem mais facilidade de aprender e de se comunicar de forma mais eloquente e persuasiva.
Exercícios matemáticos
Os exercícios matemáticos podem ser aplicados em vários níveis. É possível analisar a compreensão lógica do aluno ao mesmo tempo em que a capacidade de interpretação também é avaliada. Sempre que possível, é importante que os exercícios estejam conectados à realidade dos alunos.
Debates
A realização de debates é uma forma dinâmica de os alunos demonstrarem seus conhecimentos em suas próprias palavras e de elaborarem argumentos a partir de suas vivências. A interação com os colegas nesse tipo de atividade também ajuda a avaliar suas habilidades de convívio e interação social.
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